sábado, 22 de fevereiro de 2014

Mamãe eu quero...


A festa da carne vai começar. Na minha avenida só um bloco a desfilar, o bloco da nostalgia com seus adereços coloridos de salutar reminiscência. O baile infantil do Nacional Clube com irmãos, pais e colegas não era o meu favorito, mas tinha todo um charme por trás das máscaras das Colombinas que estavam sempre procurando seus Arlequins e eu ali perenemente de Pierrô. Minha timidez não me permitia arremessar uma serpentina sequer.
Porém, os amores platônicos de carnaval me alimentavam até o carnaval do ano seguinte quando tudo se repetia. Pierrô a fim da Colombina, Colombina a fim do Arlequim, Arlequim pegando a Colombina. Minha esperança era de um dia a canoa não virar. Bom, quase sempre virava e apareciam uns Zezés se insinuando diante da minha inocência que ficava a se perguntar: Será que ele é? Será que ele é?
Havia também o baile da Kamélia lá no Olímpico Clube, não estou aqui jogando confete não, mas esse sim era o melhor. Aquela negona testemunhou meu primeiro selinho carnavalesco. Já que não aparecia a Colombina, apareceu a Margarida olê, olê, olá.
Gostava tanto dela que num desses bailes cheguei a ver duas Kamélias. Tudo por conta de um folião mais animadinho que esfregou um lenço em meu nariz até o tucupi de lança perfume. Estava no meio do trenzinho que costurava o salão. O trem descarrilou. Saí cantando: Ó abre alas que eu quero passar e se essa porra não virar, olê, olê, olá, eu chego lá. E cheguei. A viagem durou uns trinta segundos. Me perdi dos meus colegas e me encontrei nos braços da Maria Sapatão.
tinha também o carnaval de rua com o povo jogando maizena em quem passava e entrava na brincadeira. Esse negócio de maizena deixou muita nega do cabelo duro. Tudo isso muito diferente das festas de rua atualmente. As bandas trouxeram para as bandas de cá muita violência e incoerência com o carnaval. Cachaça não é água não meus amigos. Então Jardineiras, cuidem de suas Camélias para que elas não caiam do galho.
Mamãe eu quero... quero os carnavais de outrora.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Autômatos não! Autônomos sim!



... E muitos deles ainda continuam neofóbicos. O medo do novo precisa ser depilado. É preciso estar atento à outras praças, outros mundos. Como diria Mário Quintana, um outro mundo existe. E o professor pode ser um guia para os novos caminhos. Porém o aluno tem de vestir o casaco de turista e se embrenhar na mata virgem do conhecimento.
Tirá-los da zona de conforto tem sido um desafio, Não é fácil sair do esquema livro e quadro branco, professor vomitando uma caralhada de informação e aluno passivo. Educação bancária é educação precária. Nem de banco eu gosto. Então meus alunos da rede pública, preparem-se para as sessões de depilação porque um outro mundo existe.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Malhação?



Pensando em malhar. Porém o ambiente de academia não me apetece muito agora que já sou um quarentão. A música bate estaca, que é até pertinente para o ambiente, não me entusiasma para os supinos, agachamentos e roscas diretas e invertidas. As Barbies de nariz empinado que desfilam suas malhas e tênis da hora como se estivessem pisando em ovos me embrulham o estômago apesar da bunda durinha e a barriguinha sarada.
E os brutamontes com muita massa muscular e pouca cinzenta falando fluentemente sobre suplementos. Entenda-se suplemento como eufemismo de "bomba". É claro que isso não é para todos, há, de fato, os que estão ali em busca de saúde e por que não diversão?
Antes que o texto se perca em minhas digressões, acho que vou continuar mesmo é fazendo meus abdominais. Um quando levanto da cama pela manhã e outro quando volto pra ela à noite.