terça-feira, 27 de abril de 2010

Voo de Ícaro

Nossas conversas eram fúteis
Mas nossos sussurros...
Ah, esses tenho que censurar
Pois, a influência de seus toques e afagos
Fizeram-me voar
Voar com asas de gelo
Fui Ícaro, fui audaz
Foi efêmero, foi fulgaz
Quisera que fosse real
E não somente uma quimera
Mas daquele voo auspicioso
Só restam agora
As lembranças de outrora

sábado, 24 de abril de 2010

Coisinha Linda

Lindinha ao dormir
Ainda mais linda ao acordar
Revela na íris
Ideologia desde já
Sapiente na conquista
Sapeca até no olhar
Assim é a Larissa... Gostosa de amar.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Que gostosa!

Aquele momento foi único
Tudo aconteceu muito rápido
Abri-te, deslizei minha mão sobre teu corpo
Peguei-te ao meio,
Aproximei minha boca da sua;
Você suava, não resisti.
Uma hora você estava por cima
Outra hora estava por baixo
Poucos minutos depois você estava acabada.

Oh coca-cola gostosa!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Festa no Céu

Julieta,
Faz de conta que eu morri
E hoje tem festa no céu
Não quero choro e nem vela
Sou convidado de Noel

Não sei com que roupa eu vou
E tenho raiva de quem sabe
Boêmios da vila Isabel,
Vamos ao nosso retiro da saudade

Foi sim uma jura que fiz
E prá esquecer não é assim
Que se dane a Julieta
Sou dono do meu nariz

Noel,
Muito prazer em conhecê-lo
Não é conversa de botequim
O que tenho a dizê-lo

No dia em que partiste
Minha viola chorou
Foi um disse-me disse
Foi quando o samba acabou...


PS: Sambinha feito só com nomes de músicas do saudoso Noel Rosa.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Vida Louca

Não posso viver comigo,
Não posso fugir de mim...

domingo, 4 de abril de 2010

O apocalipse

Vem que estou te esperando. Assim que Luna desligou o telefone correu para tomar um banho, perfumou-se de sensualidade, vestiu um vestido azul marinho sem alça e sem-vergonha e despiu-se da mulher politicamente correta. Aquele encontro de bocas profanas dias atrás tinha mexido com as estruturas de sua personalidade.
Não demorou muito e Ícaro estava lá, na esquina do perigo com o ilícito, a espera daquela que exercia sobre ele um poder de fascinação inefável. Com os olhos pregados no retrovisor do carro não via a hora de ver Luna surgir esplêndida com seus meneios lânguidos e convidativos a uma viagem ao lugar mais recôndito dos prazeres.
Após longos cinco minutos ela dobra a esquina e surge no espelho do retrovisor interno exalando de longe seu perfume de sensualidade. Ícaro se delicia ao vê-la e rapidamente se desespera, ela saiu do seu ângulo de visão, ele mais do que depressa a procura no retrovisor externo do lado direito do carro, e seus olhos voltam a sorrir com a boca. Lá vem ela voluptuosa ajeitando o vestido azul marinho.
Vamos, mas não vai acontecer nada. Afirma Luna ao entrar no carro com um olhar que a desmentia. Ícaro ri sinicamente e a recebe com um beijo no canto direito dos lábios caprichosamente maquiados.
Aquela tarde, brindada com um céu desprovido de nuvens, testemunha aquele encontro clandestino calorosamente como que bronzeando as peripécias de uma amizade colorida. A conversa rola solta ao som de Nirvana. Entre uma marcha e outra, Ícaro deixa a mão escapulir e flutuar pelas coxas de Luna.
Ícaro tem pouco mais de uma hora e meia para comer a maçã e engolir o sétimo dos mandamentos. Ele ainda dirige a esmo quando Luna enfim sugere o Tahiti, o paraíso do amor. Lá estaremos mais seguros.
- Como assim mais seguros no Tahiti? Questiona Ícaro em tom jocoso.
- Vamos fazer tremer aquele lugar. Responde Luna com todo seu humor negro.
Eles chegam ao paraíso do amor e encontram uma fila de três carros, era uma quinta-feira com cara de dia dos namorados. Um Fiat uno rebaixado entra logo depois deles. Ícaro, já com o peito nu e só de bermuda, vai espalhando calidamente suas digitais pelas curvas sinuosas daquele Amazonas de pecado.
Com uma maçã na boca e outra na mão esquerda, Ícaro com a respiração ofegante é castigado pelo medo e flagranteado pelo arrependimento de Luna que - umedecida - sai do carro desesperada e mais desesperada fica quando perceber que no carro de trás está seu marido Barrabás acompanhado de uma mulher.
Ícaro corre para evitar o barraco e fica catatônico quando vê dentro do Fiat uno rebaixado sua mulher acompanhada de um homem casado e mais jovem que ela. O tahiti tremeu...