domingo, 27 de maio de 2012

Hotel cinco estrelas


Nunca fui de resolver meus problemas com os punhos cerrados de ódio e dedo em riste. Nem mesmo quando o peito tufava de juventude. Oceano pacífico em pessoa. As palavras, cujos poetas revestem de lirismo, essas sim são os sonhos de valsa que carrego comigo. Obviamente em algum momento da jornada tenha distribuído palavras farpadas caramelizadas de chocolate amargo.
Por onde passo pegadas de altruísmo vou deixando com a perene esperança de derrubar as barricadas construídas pelos soldados do egoísmo. É inebriado por esse amor ao próximo que caminho sem a vaidade do perfume, sem o lenço do rancor, sem o documento da empáfia.
Quero otimizar a fugacidade de minha estadia nesse hotel chamado vida. A hora do check-out aproximasse a cada celebração de aniversário trazendo consigo a prata no cabelo, pés de galinha e a dor na ponta do bico de papagaio o que infelizmente não dificulta o pulo do gato e muito menos de subir no telhado. Vou aproveitar o parco tempo que tenho para ir pintando as estrelas do meu hotel. Tamanha efemeridade exige de minha parte que pinte cinco.