terça-feira, 25 de setembro de 2012

Homenagem ao Ricardo Sales

Homem perspicaz e resoluto. Resolveu mudar as estações por conta própria. Promessas e mais promessas, palavras ao vento e o antônimo do sim vinha em formas de jabs. Knockdown a todo momento o deixava cada vez mais íntimo da lona que estava ali como sempre preparada para acolher o sparring do “não” cuja toalha jamais seria jogada. Estrategista, fez dos clinches a camisa de força da lei de Murphy para manter seu cartel digno de sua coragem.
O knockout pendulou em ganchos, esquivou daqui, esquivou dali, espalhou o frango e nada de baixar a guarda e muito menos usar de golpes baixos. Não foi preciso morder a orelha de ninguém para sair vencedor. Ele só precisou de fé e fair play, gêmeos xifópagos, siameses indispensáveis a qualquer boxeur queixo duro.
Suas fraquezas, que insistiam em cinturá-lo, foram surpreendidas por uma joelhada voadora no meio da cara, não digo que me surpreendi, o cara que conheceu a adversidade já nos primeiros anos de vida não ficaria no corner da zona de conforto se fingindo de coitadinho sob os aplausos da comiseração. Bobeira, meu amigo, é não viver a realidade. E ele foi a luta, uma baiana seguida de um arm-lock fez com que a paralisia infantil batesse e saisse resmungando: Esse cara é casca-grossa!
Nos últimos seis meses e muitos rounds dentro do octógono da vida, Ricardo fez uma raspagem na dificuldade e finalizou o percalço que dessa vez não teve a ajuda do gongo. Ele jamais confundiu derrotas com fracasso e com o passaporte da vitória nas mãos e o mundo aos seus pés, hoje meu amigo, te parabenizo pela conquista e tomo a liberdade para te sacanear: você finalmente está com as duas muletas nos Estados Unidos!






terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sou Poe...

Sonhei em ser poeta. Fiquei no meio do caminho. Sou Poe.. Quem me dera!

domingo, 16 de setembro de 2012

Crack

Microconto. Waleska se envolveu com o Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Robinho e Bruno. Coitada, viciou em crack.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Esperar...

Esperar…
Tem sido meu exercício de paciência nos últimos seis meses. Contar dias e horas tornou-se o anabolizante da minha ansiedade. Hipertrofia nada salutar.
Esperar...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Beijo linguístico

Fazendo uma pesquisa tosca sobre o beijo e suas figuras de linguagem, ou seria figuras de linguadas? Consegui identificar sete tipos. Aí estão eles:

Beijo-antítese. Uma cabeça pra um lado e a outra pro outro.
Beijo-onomatopéia é aquele que produz sons do tipo splash.
Beijo-hipérbole é aquele beijo exagerado com a impressão de que seremos engolidos.
Beijo-eufemismo é aquele beijo suave, sem pressa.
Beijo-pleonasmo é aquele que por si só já é um pleonasmo. Não beijamos quem não gostamos.
Beijo-clímax é aquele que dispensa definição.
Beijo-zoomorfização é aquele beijo animal com mordidas e pegadas.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Esperar...

O tempo, tão relativo, tem me mostrado ao longo dele quão impotente, quão pequeno eu sou. Esperar é meu calcanhar de aquiles, minha cripitonita. Esperar me escangalha a alma. Ficar rascunhando o futuro é um exercício de tortura. Dói, tira o sono, me deprime.
Enquanto escrevo essas mal traçadas continuo a esperar... esperar... esperar... o futuro que chegará com o nome de presente e muitas vezes o presente é de grego. Que esse não seja o meu caso. Oremos ao senhor.

domingo, 9 de setembro de 2012

Aurora Voluptuosa

Berço de desvarios,
Regaço quente
Esfriando reveses de,
Noites em claro e,
Dias obscuros.
Aurora voluptuosa...

sábado, 8 de setembro de 2012

Aborto elétrico

Microconto. Ela estava grávida, levou um choque. Aborto elétrico. Nasceu o Legião Urbana.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Bodas de perfume


Até chegar a composição complexa e sólida da madeira eles passaram pela empolgação das bodas de papel, primeiro ano de casado e a certeza de que casamento não é ruim como as pessoas falam. Lua de mel sem fim, perene. Vento bom arejando a janela na varanda. Vendaval embaixo dos lençóis e o colchão, coitado, precisando de reposição. Sugiro até que revejam essas bodas, deveria ser bodas de lençol ou cama para o primeiro ano de casado.
O segundo ano chegou idílico como a leveza do algodão e sem aquelas pequenas sementes negras e triangulares que precisam ser extraídas antes do processamento das fibras. E fibra e discernimento são vitais para a saúde do relacionamento que, por sinal, nem de longe precisou ser intenado na UTI. Pressão arterial do casamento 12 por 8!
Três anos. Bodas de couro. Ela se orgulha, meu bebê ainda dá no couro. Mas cai a ficha, casamento não é só cama, assim como o couro, ele tem outras muitas utilidades. Acentuam-se as diferenças ou as semelhanças – o que muitas vezes pode ser um problema também. Porém, exercita-se a cumplicidade todo santo dia embaixo de quarenta graus de derreter a moleira. Um balão de oxigênio é bem vindo. Dá um novo gás ao laço matrimonial.
Ao longo dos anos, Durval e Suymara aguaram o casamento com o regador do companheirismo, fidelidade e franqueza. A plantinha do amor floresceu como as mais lindas pétalas de uma boa safra de amor. Querem uma prova? Dudinhaaa, Vem cá! Bodas de flores regado com uma nova vida. E tenho certeza que nesse lindo campo tem mais flores, tem mais vidas!
Cinco anos casados e eles nos mostraram com quantos paus se faz a jangada indelével das bodas de madeira. A amarração é feita paulatinamente isolando as frivolidades da rotina. Do contrário, não há jangada que resista ao sal do mar do cotidiano, maresia corrosiva e agressiva como um câncer.
Porém, hoje, seis anos depois, Durval e Suy comemoram bodas de perfume, e não é um perfume qualquer, não é nenhum Avon da vida ou muito menos uma seiva de alfazema, fraca e falaz. É um Prada, italiano, criado para pessoas atemporais, inteligentes, elegantes e visionárias. É a cara da riqueza! rsrs
Parabéns Suy e Durval, amigos de longa data. Meu carinho por vocês é enorme!