quarta-feira, 25 de julho de 2012

No aeroporto

Microconto. Roberto corria em direção ao finger quando o telefone tocou. Com um oi turbinado ele atende. Aí, vamos sair hoje? Não estou na cidade. Roberto perdeu o avião.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Furo de reportagem

Microconto. O repórter subiu o morro. Ele queria um furo de reportagem. levou um tiro.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Rio de Janeiro

Vejo um Cristo, me curvo.
Corcovado...
A encantar índios e gringos
No calor do teu regaço
Lindo tu continuas...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Único

Único. Que é só no seu gênero, na sua espécie. Muito superior aos outros de seu gênero ou de sua espécie; incomparável, ímpar. Que é só um. De cuja qualidade ou natureza não há outro. Exclusivo; excepcional. A que nada se pode comparar. Que não tem semelhante. Superior a todos os demais.
Bom, é assim que vocês do Terceiro 1 se adjetivam – terceiro único, sem o clichê do “Terceirão” tão comumente usado pelos alunos do último ano do ensino médio. Vocês deixaram o aumentativo para as emoções vividas no decorrer do ano. Os pré-universitários querem a intensidade do momento.
O que não é top vira motivo de tapas, fight. Top e fight, estrangeirismo incorporado ao meu vocabulário de tanto que as ouço, no entanto lamento informá-los, mas fight não é top, é brega. Deixem a violência para os fracos. E tem sido assim, dos choros as gargalhadas, dos afagos as unhadas o volume é sempre o mesmo. No máximo! Turma do barulho, do dominó, do futebol, turma do caralho!
Quando o espantalho do cansaço se aproxima para o abraço do estrangulamento (é) era na FM de vocês que sintonizo e assim reenergizo o corpo e meus vinte e um gramas de alma.
E quando o bicho pega pro lado de vocês, qual estação vocês sintonizam? Help! FM do povo, já que dizem por aí que a voz do povo é a voz de Deus. Eu até tento falar classicamente numa língua bárbara, porém é na aula de português que rola aquela química. Sinergia gratuita, admiração escancarada, me desculpem o pleonasmo, uma admiração admirável.
Mas tenho certeza do agradecimento de vocês aos outros membros do corpo docente da escola que a propósito, nunca fizeram doce e muito menos corpo mole quando o assunto é educação. Prepará-los para o nível superior seria um cheque sem fundo, um equívoco irreversível dentre as grandes possibilidades depositadas na conta de um educador. O golpe de mestre, o cheque-mate é prepará-los para vida.
Já estamos no meio do ano, o terceiro único daqui a pouco será coisa do passado, as brincadeiras pueris ficarão no bolso da memória juvenil e a trotes largos vocês caminham rumo ao trote universitário, a farra de boas-vindas a um mundo novo, porém não se enganem, a farra para por aí. Vocês ainda passarão muitas noites em claro estudando teorias, teoremas, tecidos, fonemas.
Quero finalizar meu discurso parafraseando um trecho de uma música do Lulu Santos que sintetiza muito bem a passagem de vocês pelo Melo e Póvoas, na verdade esses versos resumem a vida. Ano que vem quando voltarmos para essa escola, nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.





segunda-feira, 9 de julho de 2012

Manaus, algemada pela violência


A violência nos atinge a queima-roupa. Queima roupa e compra um colete a prova de balas, conselho de amigo e dizem que conselho bom até do diabo a gente aceita.
Calibre 38 nas mãos de desequilibrados. Tambor cheio de balas tocando o terror na cidade do mormaço. A dança acaba com um corpo no chão maculando o asfalto de vermelho e os gritos do desespero. E o Dj que aterroriza a festa troca o CD e parte pra outra com a ameaça de fazer uma mixagem naqueles que se aproximarem.