segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Aos mestres com carinho



Parafraseando Monteiro Lobato, um Thays se faz com homens e livros. Então foi quando resolvemos largar tudo no Brasil para enfiarmos a cara nos livros – ou para alguns enfiamos mesmo foi o pé na jaca – aqui no frio glacial da Philadelphia e dos Philadelphians.
Chegando aqui de cara fomos recepcionados por um tal de choque cultural de 220 volts que nos arrepiou os cabelos e logo percebemos que nossa vida aqui não seria a bed of Rose(s).
Para mim, a gastronomia local foi meu Ademar de Aquiles. A comida apimentada me fazia queimar a língua de saudade do nosso tempero brasileiro Maravilhoso. E aquele arroz doce? Putz, amargou nossos almoços por seis semanas. Doce que amarga? Does it make sense? Faz sim! Antítese culinária. E vocês Kellen saber de uma coisa? Nem a omelete descia mais.
Na segunda semana me peguei refletindo sobre uma frase de Thomas Hobbes – filósofo inglês – O homem é o lobo do homem. O que me levou a pensar sobre isso? As confusões dentro do grupo. Se irRita daqui, se irRita dali, bate-boca pra cá, bate-boca pra lá. Assim não da meus amigos! Pedro amor de Deus! Fabrício comigo não! Só tomando Andrea. Se for assim, Ana que vem não quero nem saber de intercâmbio.
Porém eu tenho algumas certezas. Primeiro, everybody loves Cris. Priscilalmente porque ela é um Douglas de pessoa. Segundo, eu sabia que Marcelo ou mais tarde tudo ia se ajustar. E vamos viver a vida em harmonia, vamos sonhar com a paz, Sônia! Sônia! Caiu meu amigo? Hevanna sacode a Vanessa e dá a volta por cima e deixa a Lúcia me levar, Lúcia leva eu! Sabe por quê? Porque assim Camila a humanidade.
Agora estamos na sexta semAnne (essa eu forcei hein! Lol) e logo logo tudo isso aqui vai ficar no bolso da nossa memória. Não vejo a hora de chegar em casa e matar a saudade com requintes de felicidade.
Foi um prazer enorme ter conhecido todos vocês, Adriana, Narcisa, Marina e Nascimento que não apareceram antes no texto por falta de imaginacão do pseudo escritor.
Despeço me de vocês como comecei o texto, com uma paráfrase. Parafraseando Lulu santos: Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Experiência nos Estados Unidos


Aos quarenta e um anos pela primeira vez passei quarenta e um dias fora de casa. Motivo da separação? Estados Unidos! Precisava vivenciar a experiência da festa estranha com gente esquisita. Precisava vencer meus medos, precisava me libertar da neofobia. Morro de medo do novo e embarquei naquele cilindro de asas rumo a Philadelphia até o tucupi de medo.
Ao desembarcar em Philly a primeira palavra que ouvi foi um “hi” e num ato falho respondi “bye”. Mal cheguei e já queria voltar. Meu coração não estava ali e como diz uma amiga minha home is where the heart is. Mas não podia amarelar afinal de contas tenho aquilo roxo.
A primeira semana no choque cultural é classificada como lua de mel. A minha foi lua de mel de abelha do Paraguai. Queria o divórcio. Sofri. Chorei. Comi a omelete que o diabo amassou. Omelete foi meu prato principal durante algumas semanas. Quem quiser perder o amigo aqui é só me oferecer uma.
Comendo mal desse jeito não poderia ser diferente. Emagreci o corpo, porém engordei a alma. O frio me impedia de ir à academia, mas não de me exercitar. Exercitei a paciência, a ansiedade, o autocontrole. Emagreci. Voltei mais forte. Paradoxical.
Conheci chineses, japoneses, franceses, libaneses, árabes, New Jersey, New York, new things... No entanto, nada comparável aos brasileiros que conheci por lá. Povo espirituoso, cheio de alegria, sorriso desenhado na cara. Não à toa eles se encantavam quando dizíamos que éramos do Brasil. Eita povo animado! O mundo tava desabando e a gente cantando na rua, na fazenda ou numa casinha de sapê. Colocamos os chineses pra sambar bem no dia do ano novo chinês. Porém, perdemos o rebolado no dia da tragédia em Santa Maria. Aquele dia foi punk, foi foda.
Chorei no silêncio do meu quarto, no silêncio da minha impotência. Quis voltar pro Brasil naquele dia e abraçar todas as pessoas que amo. Fomos todos abraçados pelo espantalho da dor com a notícia. Ninguém quer a morte, só saúde e sorte já cantava Gonzaguinha.
Mas a vida continuava e tínhamos uma missão ali. Tínhamos que atravessar uma ponte e o desafio era grande. Conseguimos com êxito. Voltei orgulhoso de mim e com mais bagagem literalmente.
Quanto ao meu inglês? Continua o mesmo. Só mudou o jeito de andar.