domingo, 31 de julho de 2011

Com o diabo no corpo

Vou fazer um tour pela oficina do diabo prenhe das más intenções, quero anarquizar aquele caldeirão. Vou convidar o tinhoso pra uma partida de xadrez na Praça do Fogo, e ao vencê-lo com um xeque-mate depois de uma silenciosa tragada do cigarro do capeta vou pegar sua puta como prêmio. Vou levá-la aos céus no inferninho mais fuleiro do inferno. O cramulhão vai comer o pão que ele mesmo amassou e só vou me dar por satisfeito quando ouvir da boca do coisa-ruim: Meu Deus! O inferno é aqui mesmo!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Utilidade Pública


O Ministério da Saúde adverte o Ministério dos Transportes: Roubar causa câncer de mamata.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Piano - Uma história de amor

Novembro de 2000 fui convidado pela amiga Suymara pra fazer parte do quadro de funcionários de uma escola de idiomas, franquia recém-chegada em Manaus e na época administrado por Durval Braga e Juarez cujo sobrenome não me recordo agora. Então Janeiro de 2001 tive o prazer de conhecer o Durval Braga, cara simpático e jocoso, piadista e proativo, asséptico, habilidoso com as palavras, enfim, um homem que transborda ideias. Espera aí, não pensem que essa história de amor é entre mim e ele, nada contra, mas não é isso não.
Bem, no decorrer desse primeiro ano de trabalho rolou uma sinergia surpreendente entre os professores, coordenação e direção daquela escola, até porque a equipe era bastante coesa, palavra essa que no nosso dia-a-dia tinha se tornado, eu diria, lugar-comum (a cada dez palavras pronunciadas por Juarez, sete delas era a palavra coeso), mas o Durval com o seu rico vocabulário a chamaria de metáfora desbotada.
O tempo foi passando e se encarregando de cada vez mais aproximar especialmente quatro pessoas: Eu, Suymara, Harisson e o proprietário da escola Durval, é claro, não necessariamente nessa ordem. Começamos então a sair juntos nos fins de semana, uma pizza aqui, um cineminha ali, um charutinho acolá, uma cervejinha de vez em quando, e na hora de voltar pra casa, adivinhem quem levava quem? – pois é, eu me encarregava de deixar o Harrison, e o Durval - muito altruísta – fazia questão de levar a Suymara para casa... Eu acho.
Uma bela noite fomos parar no Clave de Sol, lugar fino e requintado, localizado na rua Belo Horizonte, nome de rua bem sugestivo por sinal, e o Durval maquiavelicamente já estava enxergando – parafraseando a música - além do horizonte.
Estava ali esboçado o quadro de uma noite auspiciosa para Durval e Suymara, ao botar os pés naquele lugar, nos deparamos com um ambiente propício para o início de um grande romance, havia apenas dois ou três casais, luz ambiente, uma bateria e um piano. Durval nega de pés juntos, mas já estava tudo premeditado.
Não demorou muito e ele foi logo mostrando seus dotes musicais, enquanto tocava bateria, a admiração estava albergada nos olhos rutilantes da Suymara e pra minha surpresa nos olhos do Harrison também (ah viado!). Não satisfeito ele decidiu tocar piano, ah, aí é pra acabar, a carne é fraca, foi necessário que eu e o Harrison segurássemos o queixo da Suymara.
Brincadeiras à parte, ficou decretado naquela noite, ao som de skyline pigeons fly, que Durval e Suymara deixariam de fazer voos solos para então tornarem-se piloto e co-piloto da mesma aeronave.

Dez anos depois...

Suymara e Durval casaram-se, montaram uma empresa de tradução e consultoria lingüística e mais recentemente dedicam-se a mais nova membro da família.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A visão do inferno

A penumbra esbranquiçada tem um violento cheiro de orgia no ar. A música de gosto duvidoso – é o que menos interessa naquele momento - anima homens solteiros e casados na perene busca animalesca por fetiches e aventuras ilícitas. Na mesa de plástico branco as garrafas de cerveja quente se misturam as vendedoras de sexo em trajes fuck me baby e combinam com a performance fria das strippers.
Na passarela-vitrine putas fora das formas padrão de beleza vêm e vão com um sorriso alugado na cara. É ali naquele cadafalso que elas fazem a exposição da mercadoria de quinta categoria. É a lei da sobrevivência. Elas se rebolam literalmente para tirar daquele mundo profano o pão sagrado de todos os dias.
Os clientes avarentos em seus lares, sonegadores de impostos em seu país e impostores do amor tornam-se verdadeiros perdulários diante dos vícios e dos prazeres selvagens da carne. Os pobres carentes saem da casa só para maiores tão desbotados quanto suas calças jeans encardida. E só caem na real no dia seguinte quando nem o dinheiro do ônibus os infelizes têm. O que eles têm agora é muita vantagem pra contar. Fiz isso, fiz aquilo, foi assim, foi assado, foi cozido, foi guisado.
No próximo pagamento uma nova página dessa busca insaciável pelo prazer será escrita. Parafraseando o saudoso Tim Maia, no inferninho vale tudo, só não vale dançar homem com homem nem mulher com mulher.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mulheres que pintam os cabelos

Tenho certeza que com esse texto estarei pisando em campo minado. Serei jogado aos leões, apedrejado, me prenderão na solitária, serei condenado à tortura chinesa, cadeira elétrica, etc. Pois vou tratar de um assunto muito delicado. Mulher que pinta os cabelos.
O que falar de uma mulher que pinta os cabelos? Muitos logo dirão que se trata de vaidade, outros dirão que é uma questão de marketing pessoal, mudar é sempre bom, alguns falarão que é porque homem gosta mesmo é de mulher loura, elas são a preferência nacional.
Então vamos lá, vaidade. É considerada um dos grandes males da humanidade. Matamos por vaidade e morremos pelo mesmo motivo.
A vaidade é cheia de artifícios e se ocupa em tirar da nossa vista e da nossa compreensão o verdadeiro ser das coisas, para lhes substituir um falso e aparente.
Marketing. Por trás de qualquer jogada de marketing há sempre uma informação omitida, as letras miúdas que nós nunca lemos, ou seja, mente-se pra atrair o outro.
Mudar sempre é coisa de gente inconstante. O Raul Seixas adoraria, afinal de contas metamorfose ambulante era com ele mesmo.
Homem gosta mesmo é de mulher loura. Homem gosta de mulher, seja ela ruiva, morena, loura, negra, baixinha, gordinha, magrela, etc. Mas as que pintam os cabelos não são confiáveis, pintar os cabelos é dissimular, é querer ser o que não é.
Isso não quer dizer que não respeite as mulheres adeptas do coloramento, muito pelo contrário, tanto é que não as chamam de louras falsas, jamais, prefiro usar de eufemismo do tipo, aquela mulher é um falso cognato. É mais poético e dependendo do grau de instrução dela você ainda recebe um sonoro obrigado.
Descobri em uma pesquisa feita em dez países que tanto para os homens como para as mulheres o mais importante é ser carinhoso e sensível. Elementos como estes estão à frente de senso de humor, boa aparência e boa remuneração.
Então mulheres brasileiras lindas, vocês não precisam desse recurso, a beleza já está inclusa no pacote de vocês, a pele macia, o corpo desenhado caprichosamente, vocês são sublimes e belas por natureza.
Um beijo carinhoso pra todas vocês, inclusive para aquelas que batizei de falso cognato.