domingo, 23 de janeiro de 2011

O Piano


Novembro de 2000 fui convidado pela amiga Suymara pra fazer parte do quadro de funcionários de uma escola de idiomas, franquia recém-chegada em Manaus e na época administrado por Durval Braga – primo do ex-governador da cidade - e Juarez cujo sobrenome não me recordo agora. Então Janeiro de 2001 tive o prazer de conhecer o Durval Braga, cara simpático e jocoso, piadista e pró-ativo, asséptico, habilidoso com as palavras, enfim, um homem que transborda idéias. Pera aí, não pensem que essa história de amor é entre mim e ele, nada contra, mas não é isso não.
Bem, no decorrer desse primeiro ano de trabalho rolou uma sinergia surpreendente entre os professores, coordenação e direção daquela escola, até porque a equipe era bastante coesa, palavra essa que no nosso dia-a-dia tinha se tornado, eu diria, lugar-comum (a cada dez palavras pronunciadas por Juarez, sete delas era a palavra coeso), mas o Durval com o seu rico vocabulário a chamaria de metáfora desbotada.
O tempo foi passando e se encarregando de cada vez mais aproximar especialmente quatro pessoas: Eu, Suymara, Harisson e o proprietário da escola Durval, é claro, não necessariamente nessa ordem. Começamos então a sair juntos nos fins de semana, uma pizza aqui, um cineminha ali, um charutinho acolá, uma cervejinha de vez em quando, e na hora de voltar pra casa, adivinhem quem levava quem? – pois é, eu me encarregava de deixar o Harrison, e o Durval - muito altruísta – fazia questão de levar a Suymara para casa... Eu acho.
Uma bela noite fomos parar no Clave de Sol, lugar fino e requintado, localizado na rua Belo Horizonte, nome de rua bem sugestivo por sinal, e o Durval maquiavelicamente já estava enxergando – parafraseando a música - além do horizonte.
Estava ali esboçado o quadro de uma noite auspiciosa para Durval e Suymara, ao botar os pés naquele lugar, nos deparamos com um ambiente propício para o início de um grande romance, havia apenas dois ou três casais, luz ambiente, uma bateria e um piano. Durval nega de pés juntos, mas já estava tudo premeditado.
Não demorou muito e ele foi logo mostrando seus dotes musicais, enquanto tocava bateria, a admiração estava albergada nos olhos rutilantes da Suymara e pra minha surpresa nos olhos do Harrison também (ah viado!). Não satisfeito ele decidiu tocar piano, ah, aí é pra acabar, a carne é fraca, foi necessário que eu e o Harrison segurássemos o queixo da Suymara.
Brincadeiras à parte, ficou decretado naquela noite, ao som de skyline pigeons fly, que Durval e Suymara deixariam de fazer voos solos para então tornarem-se piloto e co-piloto da mesma aeronave.

Dez anos depois...

Suymara e Durval casaram-se, montaram uma empresa de tradução e consultoria lingüística e nas horas livres dedicam-se a escolha do enxoval do primeiro filho do casal.

6 comentários:

  1. Querido Paulo que lindoooooooo! Amei a sua participação, obrigada, adorei ter vc em minha festa!
    Amei essa parte: "...ficou decretado naquela noite, ao som de skyline pigeons fly, que Durval e Suymara deixariam de fazer voos solos para então tornarem-se piloto e co-piloto da mesma aeronave." >> Lindo demais!
    Beijo, beijo!
    She

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  2. Oi Paulo!

    Saudades!

    Linda participação na festa da She! Tbm estou nessa!

    Gosto do seu jeito de escrever... sempre bem humorado com um romantismo quase "bem" disfarçado!rsrs

    História linda e romântica... e melhor! Verdadeira!E que seja para sempre!

    Tenha uma linda semana!

    Beijso doces
    Sil

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  3. Oi Paulo

    O amor não marca hora nem escolhe faces. Acontece.
    Linda a história de seus amigos e que esse filho os traga mais felicidade ainda.

    Obrigada pelo carinho no meu canto.

    Bjs no coração!

    Nilce

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  4. Olá Paulo
    Adoro estória de amor com final feliz, sou romântico (suspiros...). Adorei o nome da rua "Belo Horizonte".
    Bjão

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  5. Olá,
    "...deixariam de fazer voos solos para então tornarem-se piloto e co-piloto da mesma aeronave".

    Isso define muito bem a cumplicidade que há no amor...



    Que bom vc estar participando da Coletiva da She!!!
    Essa frase acima do seu post é por demais importante para mim para definir AMOR... Creio ser possível em qualquer idade...
    O AMOR JAMAIS ACABARÁ!!!
    Bjm e ótima semana com paz e AMOR!!!

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  6. Com romantismo e uma dose de seduçao, a moça foi conquistada...
    Para manter o amor, precisa diariamente ser abastecido pelo romantismo e respeito.

    Vim te conhecer pelo blog da Sheila.

    abraços da Mari

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