quinta-feira, 10 de março de 2011

Vida – corredor da morte

No corredor da morte chamado vida os cadafalsos pavimentam nossos caminhos de uma extremidade a outra sem pouparem nem mesmo aqueles que construíram impérios materiais indeléveis. O silêncio abraçará o surdo, o mudo, o cego.
Temos a opção de caminharmos rumo à cascata da finitude com pés calcados de humildade e amor com a certeza de que com o cerrar das pálpebras e o encontro das mãos sobre o peito o lugar-comum missão cumprida confortará aqueles poucos que segurarão nossas mãos até o último suspiro.
Distribuir flores no breu quente de uma rotina espinhosa é fácil aqui nessa folha de papel no conforto do meu quarto climatizado. Quantas vezes já me deparei com a oportunidade de perdoar e não o fiz. Perdoar é um exercício que exige alma grande.
Puxar a descarga do rancor não nos diminui em nada, o máximo que pode acontecer é a caixa de gordura ficar entupida, mas quanto mais vezes ela entupir mais milhas ganharemos no plano de milhagens para o paraíso.
A outra opção é caminharmos calçados de orgulho, empáfia e com a sensação de termos um rei na barriga, para então percebermos lá no final do corredor quão estreito ele foi ficando ao longo dos anos.
Acho que meu texto sofreu uma digressão, pois vim aqui escrever sobre a morte, mas fui surpreendido pela vida. Hoje acordei pensando nessa safada.

4 comentários:

  1. Pensa nela não, ela vai chegar mesmo. Viva a vida da melhor maneira possível, seja e faça feliz.
    Bjux

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  2. oi paulo, tudo bem?

    excelente teu texto e tua reflexão. faz bem de vez em quando pensar na morte, mas a vida, essa teimosa, sempre quer nos chamar a atenção para que caminhemos nela da melhor forma possível, com amor e realizações. vou guardar teu texto para oportunamente publicar no meu botequim; gostaria que os amigos que aparecem por lá lessem teu texto.

    abraços

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  3. Ola Paulo,
    Excelente teu texto!

    Estarei add o link do teu blog na minha lista de blogs favoritos


    Gde AbraçoO =]

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  4. Vi este texto no botequim do Edu, muito bom, as vezes me pego pensando nesta danada também... penso que somos as únicas criaturas com essa consciencia e é esse medo dela que nos faz preserva-la, as leis, as convenções, as covardias cotidianas, nos apegamos a vida pois sabemos que não há nada mais precioso. Ótima reflexão!

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