terça-feira, 21 de maio de 2013

Quatro Ponto Dois



Graças à boa educação que recebi de meus pais nunca fui um Kid Selvagem e muito menos uma Abelha Abóbora. Andei pelas ruas da Capital do Rei com Uns e Outros sem Inimigos a Rigor. Ultraje Cavadão nem de Biquíni!
Então chego aos quarenta e dois anos de idade sem nunca ter fumado uma fileira de erva e cheirado um tarugo de cocaína doce. Erva Doce, ópio do meu anjo protetor – O Pensador. Agora vocês sabem por que jamais fiz isso? Porque eu sei como a banda canta e por conta disso, hoje, sem pudor algum, quero mesmo é dar a banda. E não me olhem com as retinas esgazeadas do preconceito.
O Cazuza que é o Cazuza deu a banda. E deu o Vermelho pro Barão Frejat. O Zezinho que é o Zezinho quebrou a correia e deu o Carrapicho. O Freddie Mercury que é o Freddie Mercury deu a banda. E deu o Queen que nem fez cara feia. Há pessoas por aí que já deram o Queen pra uma Legião do Sucesso e nem por isso morreram.
Ao longo dessas quatro décadas a trilha sinistra da minha vida tem sido sonora. Blindei-me dos fracassos no côncavo dos Paralamas dos Titãs. Quis ser Engenheiro, mas não consegui nem aqui nem no Havaí, quis ser comissário de bordo e me disseram que eu estava viajando na maionese. Camisa de Vênus nele reverberou meu pai! Porém caminhei pelas ladeiras íngremes da vida de Roupa Livre Sempre Nova. Tornei-me professor. Herói da Resistência brotado da Plebe Rude.
Depois dos quarenta o caminho da Sepultura se estreita e não boceja pra Nenhum de Nós. Portanto cuidado redobrado para não cair na Blitz dos Hermanos Assassinos – Los Mamonas - que não veem a hora de passar o Rappa naqueles que para sociedade vão cada vez mais se tornando um NX Zero a esquerda sem um átimo de chance de Restart.
Hoje sou pai, fui herói, sou bandido, carrego Roses, descarrego Guns. Sou Fool não fui Fighter.Tá Russo Renato, Russo. A maturidade não veio com a idade. Resta-me pedir uma coisa de Deus. Que envelheça nos braços da paz... Da Juliana Paz.




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