sábado, 21 de junho de 2014

O Poder da Copa



A Copa tem indiscutivelmente seus encantos. Um evento que consegue reunir até a família mais desunida na sala de estar, unir vizinhos desafetos na hora de arrecadar dinheiro para enfeitar as ruas, criar um calendário escolar especial, esvaziar a Constantino Nery na hora do rush numa quinta-feira, fazer o namorado esquecer a namorada em pleno 12 de junho, levar Caetano Veloso de metrô ao Maracanã para assistir a nossa arquirrival Argentina, agilizar o atendimento bancário em dias de jogo do Brasil, incentivar baianos e amazonenses ao trabalho voluntário ( brincadeirinha), é realmente fascinante.
Acompanho as Copas desde 1982, pois é, eu já era um adolescente. Chorei hiperbolicamente quando fomos derrotados pela Itália. O ato hiperbólico se repetiria em 94 diante da própria Itália, dessa vez de alegria, após vinte e quatro anos voltaríamos a levantar a taça, agora, pela quarta vez. É tetra! é tetra! é tetra! Quem não lembra disso? Ainda gostava do Galvão nessa época.
Eu vi Zico errar um pênalti, Maradona fazer gol de mão, Escobar ser assassinado por fazer um gol contra, o gentleman Zidane agredir outro atleta, mas também vi Romário ganhar uma Copa pra gente, Maradona fazer um gol épico, Ronaldo desbancar a arrogância do goleiro alemão Oliver Kahn, e vi durante esses anos todos o mesmo entusiasmo de milhões de brasileiros.
Agora quero o hexa, quero ver Neymar entortar os adversários, quero voltar daqui a um mês para minha realidade e ver um povo com o mesmo entusiasmo, motivação e união nas outras áreas de nossas vidas também. Que não percamos nunca a nossa fé e esperança de dias melhores. Quem sabe o hexa me faça voltar a falar com meu vizinho chato novamente.

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