domingo, 17 de janeiro de 2016

Presepada em Cabo Frio



O medo ecoou mar adentro. A fúria esverdeada chegava ao nosso encontro como a alegria de um brinde, porém sem dissimular sua força por trás do bigode branco de espuma. Ela veio para o tim-tim do espumante ávida para levar consigo aquela que ali estava tirando sua onda.
O medo entrou no mar pelo grito exasperado do pai coruja cuja potência gutural alcançou a "despreocupação em pessoa" através das ondas curtas do desespero.
Pois é, o medo nos leva a reações inusitadas. Perdemos o parâmetro do "isso aqui eu não posso." Perdemos o senso, o contra senso e aí o nonsense salta os olhos. Descemos do salto, rodamos a baiana, damos piti, fazemos o maior auê, fazemos o maior caô.
Então o medo - num átimo - singrou o mar e o que era riso, poderia na cabeça dele, virar um pranto coletivo. O sal que adoçava aquelas férias poderia azedar uma vida inteira não fosse o grito salvador do pai herói: Rebeca, sua louuuuca, vem pra cá!

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