quinta-feira, 31 de março de 2011

NÓS e OS OUTROS ( Por Carmem Guerra)

Por sermos nós nos desatam,
Lançam-nos à terra,
Aos outros,
Mundos incomunicáveis...
Sobreviventes,
A tatear pedras brutas,
Nas arestas do mundo forjamos a vida,
Fazemos morada de quatro paredes
E nelas, penduramos o espelho:
“Espelho, espelho meu”
Que não alberga os outros.
Mas eis que os outros – nossa sina e inferno -
Derrubam as portas,
Invadem a casa,
Convocam-nos pra guerra: ofício diário de conviver
E assim seguimos,
A caminhar num chão de espelhos em pedaços...
Sobre estilhaços que nos ferem
E condenam à irremediável visão: dos outros? De nós?

Por sermos sós nos libertam...

5 comentários:

  1. Olá Paulo
    Um tanto tenso, mas belo. Gostei do ritmo.
    Bjux

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  2. Lindo, mana. Como tudo que escreves. Desde sempre. Vá em frente!!

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  3. Oi Paulo!
    Tem um convie lá no blog, que faço questão de te transmitir: que tal um poema colado na janela de um ônibus pra temperar a vida de quem por ele anda??? Dá uma olhada e visita o link para ver o regulamento!!! Bj!

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