domingo, 27 de março de 2011

nós e os outros

nosotros hibridismo de nós e os outros no ato de um julgamento de uma atitude não condenamos a nós o polvo de nossos mecanismos de defesa condena sempre os outros transferir ferir esses outros desumanos é cinicamente mais fácil julgar a nós nos outros outros e nós híbrido atroz nós e nossos nós nó cego nós cegos no pecado da negação não nos navegamos com o receio da onda quebrar no caudaloso recife de corais de nossa fragilidade mergulhar nos outros o caldo da alma na vida alheia esse espelho sem aço na praia dos outros a areia é quase sempre mais alva para alguns nem doer dói surfar na onda do venha a nós para outros no entanto o vosso reino é um calabouço de angústias lhes deteriorando nos cactos de seus relacionamentos um texto assim mesmo sem maiúsculas ou minúsculas sem pontuação sem respiração caótico confuso tal qual nós tal qual os outros

4 comentários:

  1. primo, brilhante exercício experimental de uma prosa poética. os significados estou degustando aos poucos...rss

    abraços

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  2. Amigo ~, passei rapidinho só pra lhe deixar um abraço, estou no maior sufoco, quarta feira as coisas melhoram e volto.
    Bjão

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  3. Paulo querido, adorei. Tens muito talento. Gosto muito de tudo que escreves. Adorei esse também....o ritmo, a maneira como usaste as palavras...muito inteligente e criativo!! Parabéns!!!

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  4. Professor, gosto sobretudo da capacidade que tens de representar os estados da alma. Como artista da palavra és imenso.
    De tão pequenina que sou, não encontro palavras para traduzir o meu espanto, meu sentimento, a minha admiração pela sua arte com as palavras. Para mim, Nós e os Outros é tão verdadeiro por ser cru, e por isso mesmo é tão belo. Parabéns!

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