quinta-feira, 26 de maio de 2011

De repente 40

... E ainda tem gente que acha uma maldade a palmada no ato do nascimento. A partir dos 40, antes fosse uma palmadinha.
Parece que foi ontem o teste do pezinho que hoje calça 40. Até outro dia ainda usava fraldas fluffy, e se os próximos 40 anos voarem também, logo, logo estarei usando fraldão pampers e fazendo o caminho do avesso à La Benjamin Button.
A barriga tanquinho – que nunca foi nenhuma coca-cola - virou uma pochete com uma leve tendência a camburão, no entanto a qualidade das lavagens... Ah... É de uma Brastemp.
Até um dia desses era pagão, 40 anos depois de batizado não pago nem minhas promessas e nem sei se tenho religião, deu apagão! Todavia isso tampouco me incomoda, Deus também não tem, já dizia um tal de Mahatma Gandhi.
Nos anos oitenta me divertia nas aulas dos “tios” de inglês, hoje aos 40, me divirto como “tio” de inglês.
No colégio D. Pedro II veio meu grito de independência, foi lá que aprendi a me virar - por favor, não há nenhuma conotação sexual nisso. Estudei pouco, confesso, contudo brinquei muito de coquinho-cocão. Lembram? Coquinho, um beijo inocente no rosto, cocão, um beijo inocente na boca. É bem verdade que só catava coquinho, coitado. Ah, mas hoje quebro o coco e não arrebento a sapucaia! Tem um diabinho aqui no meu ombro direito me perguntando quem estou querendo enganar com esse discurso.
Das paqueras na Praça da Saudade, só saudade. Foi lá que dei o meu primeiro beijo aos 14 anos. Quando me lembro disso dá vontade até de esquecer. Glorinha era o nome dela, morava na Compensa, 14 anos e alguns dentes cariados, ou melhor, estragados mesmos. Lembro que cheguei a pensar durante o beijo que estávamos nos beijando em cima de uma fossa. O leitor deve estar se perguntando, sim, mas o beijo em si foi bom? Então caro leitor, vou ser bem franco, o beijo foi podre! Ao longo desses 40 anos sempre que conhecia uma Glorinha, já ia logo perguntando de cara: Glorinha da Compensa?
Das peladas no Caldeirão do Diabo ficaram muitas reminiscências. O futebol no final da tarde era sagrado, ou profano, como queiram. Com a urbanização desenfreada pela qual passa Manaus, recentemente construíram um inferninho no local, ou seja, quando quiser reviver as peladas do tempo de outrora é só voltar no caldeirão que o diabo continua lá com suas peladas.
Então cresci e parei de brincar de casinha pra correr atrás de construir a minha. Troquei boates por Buarque, cartinhas por Cartola, papai Noel por Noel Rosas, larguei um jardim para cuidar de uma Rosa que me daria além de flores, dois dos meus maiores amores. Hoje estou com 40, não tenho 40, tenho tão somente os anos que me restam.
Bem, se esse texto ficou a desejar, minha trajetória até aqui não. Não tenho do que reclamar e acredito que não tenham muito a reclamar de mim também. Parafraseando Roberto Carlos; Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.
Então meus amigos, se é verdade que a vida começa aos 40, encerro essas mal redigidas por aqui porque acho que já está na hora de mamar.

3 comentários:

  1. \o/ \o/ \o/ Tá ficando véio!!!
    Eu não vou falar: feliz aniversário, tudo de bom, saúde, dinheiro, muitos e muitos anos de vida, só para não ser igual a todo mundo. É bom chegar aos 40 como você, concluindo que valeu a pena.
    Bjão

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  2. fala, primo, receba aí um abraço deste teu primo carioca. parabéns!!!!!!!!

    li teu texto antes lá na maria e já deixei lá um comentário cheio de elogios prá você: humor refinado, textos inteligentes, veia poética aflorada...

    bem-vindo aos "enta"; eu já entrei neles há 5 anos. e olha, para mim está sendo a melhor idade da minha vida. sou um jovem "senhor-tio", estabelecido, com meu cantinho próprio, com minha esposa maravilhosa e agora com meu filho lindão; e o melhor de tudo, uma parte do meu cérebro continua com 20 anos...outra parte, continua com 8...e fisicamente também estou melhor; como comecei a me cuidar mais há uns 8 anos, hoje eu por exemplo, eu corro mais do que quando tinha 30!! rssss

    sabe, a tua confissão do primeiro beijo me fez lembrar o meu...acho que vou contar lá no meu botequim qualquer dia desses usando o teu parágrafo como abertura para o tema: "primeiro beijo".

    abraços

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